quarta-feira, 3 de junho de 2009

Aconteceu nas Assíncronas : A avaliação das aprendizagens em e-learning



A problemática da avaliação é um elemento central nas preocupações de muitos professores e investigadores em educação. No contexto da educação a distância, e particularmente da educação a distância através de ambientes online (e-learning), a avaliação das aprendizagens tem sido referenciada como um dos aspectos mais complexos do processo. Por outro lado, a adoção crescente de práticas de e-learning em complementaridade ao ensino presencial coloca novos desafios e oferece novas alternativas às práticas de avaliação de aprendizagens habitualmente utilizadas.
Pensando nesse grande desafio a Profa Maria João Gomes realizou um fórum de debate em torno dos aspectos mais relevante da temática da avaliação, tendo como preocupação uma tríade de idéias :Aprender a avaliar;Avaliar para aprender e avaliar o que se aprender.
Os 92 participantes, driblaram o fuso horário na relação Brasil/ Portugal e deram as suas contribuições. A webradio ABED destacou um trecho para deixar os leitores do blog com gostinho de quero mais. Veja a seguir:

Re: A avaliação como estratégia
por Adriana Pellanda Gagno - domingo, 24 maio 2009, 15:43

Olá Maria João! Olá a todos!
Penso que ainda estamos distantes deste objetivo, de tomar a avaliação como estratégia de aprendizagem, mesmo no ensino presencial. O modelo tradicional de avaliação ainda domina, e muitas vezes chega a ser exigido por algumas instituições de ensino...
Um abraço,
Adriana.
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Re: A avaliação como estratégia
por Maria João Gomes - terça, 26 maio 2009, 11:07

Olá Adriana!
O meu primeiro comentário vai para a sua expressão "...mesmo no ensino presencial" pois na verdade entendo que a educação a distância tem sido inovadora em muitas dimensões e este espírito de inovação, destacado por Pierre Lévy sobre a educação a distância, pode e deve, no meu entendimento, ser alargado à dimensão da avaliação.
A EaD sofreu, durante muito tempo um certo "estigma" de "educação de segunda" ou de "backdoor learning", nas palavras de Charles Wedemeyer. Como forma de reacção a esse estigma, e como forma de legitimação, adoptou durante muitos anos práticas de avaliação o mais "tradicionais" possíveis, reproduzindo o modelo mais comum de avaliação de aprendizagens em contextos de ensino presencial: o teste escrito ou o exame. Daí muitas instituições de EaD valorizarem e adoptarem quase em exclusivo as práticas de exames presenciais para avaliarem (classificarem, certificarem) as aprendizegens dos alunos.
Hoje a EaD tem novos paradigmas, baseados na interacção, na colaboração, na construção colectiva de conhecimento que a estão a colocar na vanguarda da Educação e isso deve reflectir-se também na forma como encaramos a avaliação. Penso que devemos ter presente que são cada vez mais as instituições de ensino "convencionais", de carácter tipicamente presencial, que progressivamente estão a incorporar práticas de EaD, particularmente na sua vertente de e-learning!
Não sei se fui clara na minha visão...
Nota: Não deixem de ver a entrevista de Pierre Lévy, legendada em português
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Re: A avaliação como estratégia
por Adriana Pellanda Gagno - quarta, 27 maio 2009, 15:18

Olá Maria João,
grata pela resposta e pela entrevista!
Concordo com a idéia de que a educação online pode e deve alargar a dimensão da avaliação, mas não tenho contato com instituições que realizem avaliação de forma diferente da tradicional em EaD, por isso minha impressão de que estas novas perspectivas ainda estão distantes de um grande número de instituições que realizam atividades educacionais a distância.
Um abraço,
Adriana.
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O caso da Univ. Aberta em Portugal
por Maria João Gomes - sexta, 29 maio 2009, 02:17

Em Portugal, a única Universidade legalmente constituída como Universidade de Ensino a Distância, designada Universidade Aberta, adopta, em termos gerais, uma prática mista de avalições presenciais e não presenciais ao nível dos cursos de primeiros ciclo (ou seja, os cursos de gradução) e adopta, em muitos casos a modalidade de avaliação não presencial ao nível dos segundos e terceiros ciclos (cursos de mestrado e doutoramentos), pelo menos em parte das unidades curriculares.
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Re: O caso da Univ. Aberta em Portugal
por Adriana Pellanda Gagno - sábado, 30 maio 2009, 00:16

Grata pela resposta. Eu não conhecia a realidade de Portugal.
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Re: A avaliação como estratégia
por Aírton Cavazzana - segunda, 25 maio 2009, 00:53

Olá Maria João, olá a todos.
Tenho pesquisado o assunto avaliação da aprendizagem e o que pude perceber até agora é a EAD como uma grande oportunidade para que se implemente uma abordagem diferente daquilo que estamos acostumados, ou seja, a oriunda do ensino tradicional.
Penso que, se levarmos para a EAD o mesmo modelos de avaliação que se pratica no ensino presencial --- avaliação do produto e pontual (finais), estaremos perdendo a grande chance de rompermos com os paradigmas existentes, além de apenas “informatizar” o que já existe e que não dá mais conta de responder as atuais necessidades de todos os envolvidos em educação.
“Avaliar o que se aprende, Aprender a avaliar, Avaliar para aprender e Aprender avaliando” exige uma avaliação que leve em consideração o processo e que seja formativa. Talvez resida ai a resposta para uma avaliação que reflita a verdadeira aprendizagem, dado as condições que a EAD oportuniza.
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Re: A avaliação como estratégia
por Maria João Gomes - terça, 26 maio 2009, 11:11

Concordo completamente consigo Aírton! veja minha resposta a Adriana e não deixe(m) de ouvir as primeiras frases da entrevista de Pierre Lévy...
Acho que já as escutei umas dezenas de vezes !

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Re: A avaliação como estratégia
por Maria João Spilker - segunda, 25 maio 2009, 20:35

Olá Maria João e Tod@s,Quero partilhar que uma das experiências mais gratificantes que tive com trabalhos de grupo online foi precisamente a auto-avaliação e a avaliação entre pares no final do trabalho. Se bem que a grelha de avaliação tivesse sido sugerida (com um pouco mais de tempo creio que teria sido muito interessante negociar e desenvolver essa grelha com os próprios participantes) pelos professores do curso, o processo de "promoção de aprendizagem" creio que aconteceu nesse momento. Creio que mais que o trabalho desenvolvido pelo grupo foi importante a reflexão e avaliação final, sobre o trabalho em si, sobre cada um e o sobre o grupo. Tem no Moodle uma ferramenta que ficou por muito tempo esquecida e que suporta todo esse processo que se chama no original em inglês "WorkShop". Essa ferramenta é complexa, não muito estável, mas potencia o trabalho de grupo e individual precisamente porque tem como forte componente a avaliação.Fico a aguardar mais comentários. A ideia de utilizar a avaliação (que muitas vezes ainda é encarada como um motivador de estresse no processo de ensino e aprendizagem) como factor de promoção de aprendizagem fascina-me.SaudaçõesMJoão
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Re: A avaliação como estratégia
por Francimary M. Martins - segunda, 25 maio 2009, 21:48

Olá Maria João Gomes, é um prazer discutir esse tema com um professor de outro país e que certamente tem práticas diferentes das nossas no Brasil, sobretudo no que se refere à avaliação.
De que forma vocês praticam a avaliação aí no Minho? Gostaria que você socializasse isso, pois de alguma forma enriqueceria nossa discussão sobre o assunto.
Aqui ainda estamos bem engessados no que se refere à avaliação na EAD, pois as diretrizes apontam para as mesmas práticas de avaliação do ensino presencial.
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